terça-feira, 27 de setembro de 2016

Trump e Clinton e o Emanuel nós pimba

Ontem foi o primeiro debate presidencial na land of the free, o que me fez lembrar do Emanuel, autor de êxitos musicais como "Rapaziada vamos dançar", "Pimba, pimba" ou "Meu coração faz bum bum". Isto porque, a história que fui ouvindo do Emanuel e que espero ser verdadeira, é de que ele, antes de ser um front man, trabalhava nos bastidores. Na realidade, o Emanuel teria uma formação musical de nível muito superior e era contratado pelos chamados "artistas" para lhes fazer as canções, canções essas que faziam esses artistas brilhar. Ora bem, o Emanuel, que julgo nem ser o verdadeiro nome dele, viu que sendo assim, mais valia aplicar a sua arte a ele próprio e passar a ser ele o interprete das suas canções, passando dos bastidores, de master of puppets para a linha da frente. E assim o fez, tornou-se o "artista" principal com o sucesso que se lhe reconhece.

Donald Trump é outro Emanuel desta vida. Rico - o que por si só não é currículo, mas mesmo no caso em que não tenha tido de trabalhar por ele, pelo menos conseguiu não o perder e até aumentar o património - passou a vida a fazer o que os ricos fazem: financiar as campanhas dos políticos de forma a ter alguma influência, poder de lobbying, mas sempre nos bastidores da política. Tal como o Emanuel, ajudou a fazer brilhar políticos, a eleger alguns (possivelmente os Clintons - que até foram ao seu casamento). Aparentemente, tal como o nosso Emanuel, agora cansou-se de ser apenas o master of puppets e resolveu ser ele o front man, o "artista" principal.

Talvez se torne previsível falar agora da Hillary Clinton, mas na mesma linha, ela passou a vida inteiro como numero dois na Casa Branca ao lado do marido. Viu-o tomar as decisões, viu-o ter o poder e mesmo quando as coisas não correram pelo melhor, não deixou o homem cair, que nem os pingos salvos na saia da Mónica. Imagino que quando se está tão perto do poder e se faz os sacrifícios que ela fez, passando por aquela humilhação, é natural que que se ache que se merece uma recompensa. E a recompensa será a liderança, o poder, deixar os bastidores e passar a ser estrela, a "artista" principal.

Donald e Hillary julgam-se os "entitled", como se fosse um direito que ambos têm de ser Presidentes. O triste, é que nenhum dos dois parece estar tão preparado para sair dos bastidores e se tornar o artista principal como estava o Emanuel. E nós pimba.

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