sexta-feira, 16 de março de 2018

espuma dos dias que nos trazem tragédias

Ainda o Medina Carreira estava vivo e fazia um programa com o Mário Crespo chamado Plano inclinado, e num desses programas o Mário Crespo estava a usar constantemente a expressão espuma dos dias para que Medina Carreira comentasse temas de capas de jornais. Às tantas, farto da insistência, o Medina Carreira disse-lhe qualquer coisa do tipo "você e essa espuma...sempre a falar da espuma...você esteve a beber cerveja antes de vir para aqui?!". 

Bem, desta vez a espuma dos dias trouxe uma tragédia lá para os lados de Sintra, em que uma malta foi fazer o dito turismo selvagem na natureza pura e a natureza pura fez-se notar do pior modo. A evolução, aquela que fez os humanos passarem de morar nas grutas para passarem a morar debaixo de telhas entre paredes de tijolo tudo sustentado por elementos de betão armado deixou alguns nostálgicos. Vai daí, a malta arma-se em homem das cavernas e fugindo da vida citadina segue os passos dos antepassados que pôde ler em livros ou ver nos history channels desta vida (tudo criações deste homem moderno que possibilitou aos homens modernos perceber minimamente como vivia o homem das cavernas) pegando na trouxa seguindo à procura de um qualquer lugar inóspito, mas lindo. Pelos vistos este homem moderno por muito que possa ler sobre o das cavernas não lhe ganha o instinto, aquela coisa que o faz prender-se à vida, colocando a sobrevivência à frente desses sentimentos estilo gourmet, que faz o homem moderno descer falésias em dias de tempestade e acampar debaixo da arriba em dias de tempestade não imaginando que num lugar assim a tempestade pode não trazer só chuva de água mas também chuva de pedras.

Mas como o dia nos traz muita espuma, ainda mais que o Rio Tejo desde Santarém, outra tragédia nos é trazida de Miami, em que o homem moderno fez uma ponte, o que deveria ser uma obra de arte, mas afinal foi apenas uma obra de merda e caiu esmagando outros homens modernos por baixo dela. A ponte nem aguentou o seu peso próprio...

Ou seja, o homem moderno tem dificuldade em acompanhar outros homens modernos, quanto mais o homem das cavernas...


segunda-feira, 5 de março de 2018

Como eu vi a destruição de uma vida inocente


Hoje andava eu pelas ruas da cidade em passo apressado, não fosse a ventania que se fazia sentir parar e dar oportunidade às nuvens carregadas de água a despejarem em cima de mim, quando vejo no passeio do outro lado da rua uma criança dos seus 8 anos de mão dada ao presumível avô. Na aproximação a um cruzamento, a miúda larga intempestivamente a mão do senhor de idade que não teve agilidade suficiente para agarrar a menina. Julgo que nenhum de nós, incluindo o condutor que se aproximava também ele do dito cruzamento, se apercebeu do sinal de stop na quina do passeio. A miúda tinha desatado a correr e perante a eminência do desastre já se ouviam gritos dos transeuntes enquanto o avô desconsolado levava as mãos à cabeça. Ouviu-se o relinchar dos pneus do automóvel ao deslizar no pavimento prevendo o embate quando a criança no seu balanço salta da calçada, agarra firmemente o varão que no topo segura o sinal de stop e dá-lhe duas voltas completas antes de voltar a tocar com os pés no chão. Foi muito triste: com certeza esta menina vai ser stripper.

sexta-feira, 2 de março de 2018

O Porto pagou ao Estoril e o Estoril perdeu

As pessoas têm tendência para esquecer mas ainda não há muito tempo o Sérgio Conceição acusava uma equipa de ser passiva em jogo contra o Benfica. Interpretações haverão muitas mas a insinuação fica lá...

As pessoas têm tendência para esquecer mas ainda não há muito tempo o Francisco Marques acusava o Benfica de ter comprado um jogo a alguns jogadores do Rio Ave que nem sequer lá jogavam. Interpretações haverão muitas mas a insinuação fica lá...

Nem vale a pena mencionar o episódio do Estoril - Benfica na época do Trapattoni se ter jogado no Algarve e todas as insinuações que daí surgiram.

O facto é que o jogo Estoril - Porto desta época teve umas circunstâncias esquisitas e depois do jogo estar a ser ganho pelo Estoril, por trocas e baldrocas de calendário a segunda parte do mesmo foi adiado para uma data fora das regras...Data essa, sabemos agora, precisamente para depois de o Porto acumular quantia suficiente de dinheiros para saldar supostas dívidas aos de Estoril. De novo, interpretações haverão muitas mas a insinuação fica lá...

Há tempos alguém dizia qualquer coisa do tipo "ou há moralidade ou comem todos..". É óbvio que o clima que se vive é de desconfiança e é claro que negócios entre os clubes são prato do dia e pelo menos na sua maioria quero acreditar que não tem a ver com corrupção. Mas pelo bem da tão badalada verdade desportiva e credibilização das competições, pagamentos e suas justificações deveriam ter a supervisão, se não a intermediação, da entidade organizadora, seja a Liga ou a Federação Portuguesa de Futebol. Para acabar com interpretações e insinuações à vontade do freguês.
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