Hoje é notícia que a claque do Sporting foi de surpresa apoiar a equipa de hóquei em patins num treino de preparação para o embate com o Porto. Entraram no pavilhão a cantar e fizeram questão de explicar com uma tarja que se comportam dessa forma "quando os ultras se reveem na equipa". Parece que se comportam assim, por oposição ao que fazem os auto proclamados "ultras" quando não se reveem na equipa: entrar no recinto de treino e espancar a equipa. Pelo menos os jogadores do hóquei andam equipados com um stick, o que daria muito jeito se os "ultras" não se estivessem a rever na equipa.
Percebemos por estes meses que as claques têm um poder e acesso que nunca antes tiveram, ou que se o tinham não o abusavam. Não é preciso pensar muito para deduzir que o que aconteceu entretanto foi a tão aclamada "legalização das claques", que num programa de marketing espetacular levaram até à construção de uma claque, formada também por uns "ultras" que foram apoiar a seleção nacional para o europeu de futebol na França e que, cereja no topo do bolo, a seleção ganhou, ajudando a validar a tal legalização dos "ultras".
O lado escuro, o colateral, desse processo tem vindo a aparecer na praça pública sob a forma de atitudes e comportamentos marginais, com as claques a beneficiarem de um estatuto que antes não tinham e que agora usufruem. Eles já não são apenas adeptos mais zelosos. Eles sentem-se donos do clube e valem-se de violência, ameaça e impunidade para atingirem os seus fins.
E quem criou este monstro foram as autoridades, que as legitimaram e lhes deram estatuto. Agora tirem-lha. Ou têm medo que os "ultras" não se revejam em vocês?
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