domingo, 17 de janeiro de 2010

Dakar 2010 - Final


Chegou ao fim mais uma edição de Dakar.
Pelo segundo ano consecutivo a prova realizou-se na América do Sul mais propriamente entre a Argentina e o Chile começando em Buenos Aires indo dar uma volta ás Pampas, subindo os Andes e regressando à capital argentina. E pelo segundo ano consecutivo nos carros a prova foi ganha por um diesel Volkswagen.


A Armada Lusa...

... em duas rodas
Nas motos havia à partida seis bravos tugas que se dão pelos nomes de Hélder Rodrigues (Yamaha 450), Rúben Faria (KTM 690), Paulo Gonçalves (BMW 450), Pedro Bianchi Prata (BMW 450), Fernando Sousa (Yamaha 450) e João Rosa (KTM 690). Todos eles com objectivos distintos uns chegaram ao fim outros viram-se obrigados a ficar pelo caminho.
Hélder Rodrigues com intenção de melhorar o quinto posto do ano anterior conseguiu a quarta posição da geral ficando, no entanto, um ligeiro sabor amargo depois de ter estado em segundo da geral classificativa. Mesmo assim foi uma excelente prova para o motard luso que continua a ser o melhor português de sempre nas duas rodas.
Rúben Faria, segundo piloto da Team Red Bull, ainda conseguiu elevar a bandeira portuguesa ao terminar na primeira posição a derradeira etapa desta edição 2010 do Dakar mas o objectivo principal era ajudar o colega de equipa Cyril Despres a alcançar a vitória e conseguiu. Líder desde a terceira etapa Despres não mais largou a primeira posição e vence assim na classe reservada ás motos o segundo Dakar Argentina-Chile. Missão cumprida para Rúben Faria que ainda assim terminou em décimo segundo da geral.
Na Team Bianchi Prata/Vodafone Paulo Gonçalves era o que tinha o objectivo mais ambicioso e as coisas até nem lhe estavam a correr mal, lembro que era sexto classificado da geral, quando se viu obrigado a abandonar sobrando assim o outro piloto da equipa para lutar por uma boa classificação. Pedro Bianchi Prata chega ao fim de mais um Dakar desta vez em trigésimo da geral.

... em quatro rodas
Na classe destinada aos automóveis Portugal estava representado à partida de Buenos Aires por quatro valentes pilotos e outro tanto de co-pilotos. A única desistência foi da dupla Francisco Pita/Humberto Gonçalves em Toyota Land Cruiser que abandonaram a prova à sétima etapa. Sobraram então Carlos Sousa (Mitsubishi Racing Lancer), Miguel Barbosa (Mitsubishi Racing Lancer) e Ricardo Leal dos Santos (BMW X5).
Como já foi dito aqui neste maravilhoso blogue, que até dá gosto ler todos os dias, Sousa tinha algumas restrições impostas no seu Mitsu que possivelmente o impediram de lutar por outros objectivos. É ainda de lembrar que Sousa estava afastado da competição há seis meses, depois de ter sido operado, não disputava um Dakar há três anos e teve ainda de se adpatar a um novo navegador e a uma nova motorização no Racing Lancer. Mesmo assim o português foi o único a se meter ao barulho e a intrometer-se na luta das duas únicas equipas oficiais (Volkswagen e BMW) ambas com motorizações diesel. Carlos Sousa chegou ao fim como o melhor privado, melhor gasolina, melhor Mitsubishi e melhor português registando ainda o seu quarto melhor resultado na grande prova depois de ter sido quarto em 2003 e quinto em 2001 e 2002 e classificando-se imediatamente à frente do vencedor do ano passado o sul africano Giniel de Villiers. Sem dúdiva motivos mais que suficientes para Sousa sorrir à chegada a Beunos Aires.
Miguel Barbosa era o outro piloto português na equipa Mitsubishi e conseguiu também ele um bom resultado acabando a prova em décimo segundo da geral e quarto entre os cinco Mitsubishi da equipa. Barbosa conseguiu assim o seu melhor resultado no Dakar.
"Nunca um Dakar me tinha corrido tão bem" foi a frase com que Ricardo Leal dos Santos resumiu a chegada à capital do Tango na décima quarta posição da geral. Na verdade podemos dizer que o português foi realmente o melhor piloto privado em prova isto se tivermos em conta que à sua frente só ficaram as equipas oficiais de Volkswagen e BMW/X-Raid e as "semi-oficiais" JMB Stradale (que adquiriu os Mitubishi ex-oficiais e onde estiveram Sousa e Barbosa) e Robby Gordon Motorsports com um dos buggy/Hummer a classificar-se em oitavo da geral. A pequena estrutura montada por Ricardo Leal dos Santos não tem a mesma capacidade dos que ficaram à sua frente de praticamente renovar o carro no fim de cada etapa e, se à partida o objectivo era ficar nos vinte primeiros, a décima quarta posição representa realmente uma pequena vitória para o piloto português.


Classificações finais...

Vitória para Cyril Despres nas motos como já aqui disse.

Nos quads grande prova dos argentinos Patronelli em Yamaha Raptor 700 com os dois irmãos a chegarem ao fim um em primeiro e o outro em segundo da geral cabendo a viória ao irmão mais novo Marcos Patronelli.

Nos carros Carlos Sainz a conseguir finalmente uma vitória no Dakar a juntar assim ao seu rico palmarés. Esta vitória representa a terceira da Volkswagen na história do Dakar (foi a primeira a ganhar nos automóveis quando ao segundo Dakar em 1980 se separaram as classificativas de motos, carros e camiões) e a segunda de um diesel tendo a primeira ocorrido o ano passado.

Em camião grande vitória para os Kamaz com Vladimir Chagin a ser primeiro classificado da geral desde o início da prova sul americana e em segundo a ficar o seu colegar de equipa e vencedor na prova do ano passado Firdaus Kabirov.




P.S.: os 50€ que vou ganhar com a Ramona de Coimbra ao Algarve vão ser o início de um fundo monetário para que também um dia possa cumprir o meu sonho de participar no grande Dakar.

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