domingo, 13 de outubro de 2013

e manifestações em pontes incentivam suicídios


As pontes são sagradas, toda a gente sabe. Não se pode fazer inversão de marcha numa ponte, quanto mais fazer manifestações! 

Por princípio, as pontes haviam de ser apenas um meio para permitir a deslocação entre lugares, deslocação essa que seria impossível sem a existência dessa obra de arte e, por conseguinte, qualquer outra utilização que lhe queiram dar deve ser bem pensada e ponderada.

E é para isso que serve pôr pessoas e não computadores a tomar as decisões. O tio Arménio acha que uma corrida é a mesma coisa do que uma manifestação, e pode utilizar os eufemismos que quiser para não chamar manifestação à manifestação, mas é mesmo disso que se trata. E o "estado de espírito" com que se vai fazer uma corrida para uma ponte não é o mesmo com que se vai manifestar contra perda de rendimentos e condições de vida. Com o nível de austeridade a que tivemos de chegar, hão-de haver por aí muitas pessoas que já perderam tudo, o nível de desespero há-de ser elevado e haverão pessoas que não têm literalmente mais nada a perder. De todos os sítios para fazer uma reunião de pessoas nestas condições, uma ponte não será a escolha mais sensata.

Por outro lado, parece que alguém sugeriu que a manifestação fosse transferida para uma outra ponte. É óbvio que a Vasco da Gama tem mais arcaboiço para receber manifs do que a 25 de Abril mas caramba, exigia-se que fosse cortado o mal pela raiz. Manifestações em pontes não! Realmente, sensatez é coisa que não abunda neste país.

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