O Saraiva era um tipo porreiro. Enquanto todos os miúdos da idade dele sonhavam ser jogadores de futebol, o Saraiva não. O Saraiva era diferente. O Saraiva não queria saber dos meios, desde que atingisse os fins. E no fim, o Saraiva queria era ser rico.
Quando um tipo é jovem, toda a gente lhe pergunta o que quer ser quando for grande. Os tios, a sra da mercearia, o shôr Manel da tasca, a catequista ou a educadora de infância. Todos querem saber. A maior parte dos miúdos responde que quer ser jogador da bola, a segunda maior parte quer ser bombeiro, e depois havia o Saraiva, que queria ser rico. E o Saraiva não tinha vergonha nenhuma. Hei-de ser rico, dizia ele.
E o tempo foi passando, e o Saraiva desistiu da escola. Mais tempo passou e o Saraiva deixou o trabalho no talho, foi despedido da funerária e acabou a ser bombeiro, em part-time, porque alguém tem de dar lucro ao shôr Manel.
O Saraiva é persistente, e nunca deixou de acreditar, que, um dia, vai ser rico. Nos dias que correm, o Saraiva joga no euromilhões, no totobola, totoloto, loto2, e põe a cruzinha no joker. Todas as semanas. E todas as semanas o Saraiva conta ganhar não um nem dois. O Saraiva conta ganhar o primeiro prémio em todos os jogos. O Saraiva nunca ganhou nada.
Um dia, eu próprio, também conto ser atendido nos serviços académicos em menos de 4h e 37min.
A Manuela Ferreira Leite veio agora dizer que conta, também ela, ganhar as eleições legislativas, e afirma-o com toda a convicção.
Eu não queria ser o pessimista desta história, mas creio que nenhum de nós, por muito que conte com as coisas, essas coisas nunca vão passar disso mesmo: coisas que contamos. Mas que não acontecem.
O que é mais deprimente nisto tudo, é que mais depressa a Manuela ganha as eleições e o raio do Saraiva fica rico do que eu serei atendido em menos das 4h e 37min nos serviços…
Quando um tipo é jovem, toda a gente lhe pergunta o que quer ser quando for grande. Os tios, a sra da mercearia, o shôr Manel da tasca, a catequista ou a educadora de infância. Todos querem saber. A maior parte dos miúdos responde que quer ser jogador da bola, a segunda maior parte quer ser bombeiro, e depois havia o Saraiva, que queria ser rico. E o Saraiva não tinha vergonha nenhuma. Hei-de ser rico, dizia ele.
E o tempo foi passando, e o Saraiva desistiu da escola. Mais tempo passou e o Saraiva deixou o trabalho no talho, foi despedido da funerária e acabou a ser bombeiro, em part-time, porque alguém tem de dar lucro ao shôr Manel.
O Saraiva é persistente, e nunca deixou de acreditar, que, um dia, vai ser rico. Nos dias que correm, o Saraiva joga no euromilhões, no totobola, totoloto, loto2, e põe a cruzinha no joker. Todas as semanas. E todas as semanas o Saraiva conta ganhar não um nem dois. O Saraiva conta ganhar o primeiro prémio em todos os jogos. O Saraiva nunca ganhou nada.
Um dia, eu próprio, também conto ser atendido nos serviços académicos em menos de 4h e 37min.
A Manuela Ferreira Leite veio agora dizer que conta, também ela, ganhar as eleições legislativas, e afirma-o com toda a convicção.
Eu não queria ser o pessimista desta história, mas creio que nenhum de nós, por muito que conte com as coisas, essas coisas nunca vão passar disso mesmo: coisas que contamos. Mas que não acontecem.
O que é mais deprimente nisto tudo, é que mais depressa a Manuela ganha as eleições e o raio do Saraiva fica rico do que eu serei atendido em menos das 4h e 37min nos serviços…
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1 comentário:
meu amigo isso é q é optimismo...4h??? so s for em agosto qd n esta la ninguem n fila....
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