sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Brasil - Temer, Janot, Joesley

Michel Temer é o Presidente do Brasil, Rodrigo Janot (que se lê Jánou) é o Procurador Geral da República e Joesley Batista é o dono da maior produtora de proteína do mundo e o percurso para chegar a essa posição é o cerne da questão.

A série Billions descreve bem as atividades de um Procurador Geral, no caso dos Estados Unidos,e demonstra as artimanhas para conseguir ter prova contra os acusados, o peso das acusações, resumindo, se "vale a pena" fazer uma denúncia, avaliando a probabilidade da condenação e o alvoroço público que a acusação causa no público.

No Brasil existe a figura jurídica da delação premiada, em que um indivíduo que faz coisas à margem da lei pode ajudar a resolver um caso de corrupção acusando e fazendo gerar provas contra outros bandidos e com isso obter vantagens para si próprio.

Joesley Batista, apercebendo-se que estava perto de ser acusado por envolvimento em atividades criminosas chegou-se à frente e propôs um acordo à Procuradoria Geral da República: Joesley entregaria provas cabais do envolvimento do Presidente Temer em esquemas de corrupção e em troca não seria preso nem perderia toda a sua fortuna.

Rodrigo Janot aceitou a prova recolhida por Joesley em troca dos benefícios negociados. Acontece que essa prova, uma gravação áudio de uma conversa entre o próprio Joesley com o Presidente Temer não é conclusiva, não é objetiva, é sujeita a interpretações. Ou seja, Joesley ganhou liberdade em troca de "nada". 

Acontece que este "nada" na praça pública é extremamente perturbador para o funcionamento normal do Governo, enfraquecendo a liderança de um Presidente e causando obstáculos na recuperação do país. Por isso, Rodrigo Janot, pesando todos os prós e contras nunca deveria ter aceite esse negócio com o Joesley Batista. Janot errot!! E isso teve consequências prejudiciais para o país - económica e socialmente.

ps: o jogo de interesses:

1 - Joesley Batista, semanas antes de abordar a Procuradoria Geral da República para negociar os termos da sua delação contratou para a sua equipa de advogados o procurador braço direito de Rodrigo Janot.

2 - Rodrigo Janot havia sido nomeado Procurador Geral pela ex - Presidente Dilma Rouseff do PT (é portanto conotado com a esquerda) e já havia feito acusações no âmbito da Lava Jato ao ex Presidente Lula da Silva e outros quadros do PT. O mandato de Janot acaba agora em Setembro.

3 - As eleições para a presidência são já em 2018 e se Temer fosse condenado seria apenas substituído pelo próximo na lista - Rodrigo Maia - que seria o segundo Presidente não eleito diretamente pelo povo em eleições.

4 - Joesley Batista é tão fidedigno que já foi ele próprio gravado a dizer que saberia mais do que aquilo que já contou à justiça, quebrando assim a lei de delação premiada e sendo detido, fragilizando o Procurador Geral Rodrigo Janot.

5 - Rodrigo Janot, apenas a dias de acabar o seu mandato volta a fazer acusação contra o Presidente Michel Temer - a segunda. Será o estrebuchar de um homem morto? (Parece, atenção: parece, que o Rodrigo Janot, numa tentativa de agradar a gregos e troianos - esquerda e direita - pisou na bola ao acusar o Temer sem provas contundentes e sem pesar os contras. Tinha tudo para seguir carreira na política e a sua estratégia parecia ser essa mas, na ânsia de comer muito, engasgou-se).

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