Estávamos a meio de 2010. A Espanha sabia finalmente jogar futebol nas grandes competições mundiais, tinha ganho o campeonato da Europa em 2008 e surgia no mundial apoiada no futebol do Barcelona. O Benfica tinha acabado de ganhar o Campeonato Nacional e o Tacuara Cardozo tinha sido o melhor marcador do campeonato. Tanto a Espanha como o Cardozo vinham de boas épocas anteriores e estavam num crescendo de qualidade e afirmação. Quis a sorte que o paraguaio se cruzasse no Campeonato do Mundo de 2010 com a super favorita Espanha.
O Paraguai estava a fazer uma boa competição, ganhando o grupo com 3 vitórias. A seguir à fase de grupos cruza-se com o Japão. As coisas não correm como tinham até aquele jogo e a decisão foi feita nos penaltis depois de 120 minutos sem golos. Cardozo não foi titular e entrou para o prolongamento. No penalti decisivo, Cardozo não vacilou e deu a passagem ao Paraguai.
A Espanha tinha eliminado Portugal e ia embalada para juntar o Mundial ao Europeu. O Paraguai, conhecido pela sua defesa forte entrou em campo com Cardozo, o Herói da eliminatória anterior, a titular e o jogo chegou ao intervalo empatado a zero. Até que a segunda parte trouxe o momento que iria marcar para sempre a carreira do Tacuara. Pénalti a favor do Paraguai e Cardozo vai marcar o penalti. Falhou. A Espanha haveria de marcar um golo a seguir e acabaria por ganhar o Mundial (e o Europeu a seguir).
E o Cardozo carrega essa cruz desde então. De herói a cabrão (vilão era muito banal), o povo paraguaio não lhe perdoa - talvez mais por umas promessas que a Larissa Riquelme fez do que propriamente pela eliminação da prova. Hoje Cardozo não é assiduo na selecção do Paraguai, é-o na selecção do Sport Lisboa e Benfica. E continua a marcar penaltis. Viva a Larissa Riquelme!
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