quarta-feira, 29 de março de 2017

Olá Lisboa, autarquicas

As coisas não têm sido fáceis para Passos Coelho. Ganhou as eleições depois de governar na bancarrota e foi substituído pela geringonça unida de esquerda liderada pelo António Costa, ex número 2 de José Sócrates, o tal que havia provocado a bancarrota. Como uma desgraça nunca vem só, demora a vir o diabo como previra o Passos e as vitórias para inglês ver de que a geringonça se gaba deixam-no cada vez mais em piores lençóis. Esta é a altura propícia ao "kick him when his down", aproveitada logo dentro do partido pelo PSD-Lisboa que não se coibiu de contratar a voz mais visível contra o líder Passos - José Eduardo Martins - para fazer o programa para a Capital. Como se não bastasse o atrevimento do PSD-Lisboa, o próprio Eduardo Martins também não se fez rogado e aceitou - o que só lhe fica mal - sem vergonha nenhuma. Ficou a faltar o candidato.

Aproveitando a indefinição e a luta interna do ex parceiro de coligação, o CDS chegou a Cristas à frente e assumiu a luta ao Medina, ex número 2 de António Costa em Lisboa e de longe previsível vencedor das eleições que se avizinham. Encorralado, Passos escolheu não apoiar a candidata da direita e avançou com fabricação própria, Teresa Leal Coelho, para fazer frente a Medina e por arrasto à Cristas. 

No estado actual, é empiricamente aceite que o ex número 2 do ex número 2 de Sócrates - Medina - já ganhou as eleições e só é preciso ver por quantos é que a direita vai perder para medir o tamanho da derrota. Mas, e se...?

Medina parte para a corrida sendo o Internet Explorer da eleição: dominador, aclamado por todos e, principalmente, sem concorrência. Depois aparece a Assunção Cristas, o Mozzilla Firefox, que vai conquistando o seu lugar junto dos insatisfeitos e consegue superar a margem residual com que iniciou a contagem. E é aí que entra o Google Chrome: De surpresa, ninguém dá nada por ele e de repente...Era giro. Porque o Anthony Soprano é que era o chefe, mas o Silvio Dante não era anjinho nenhum.

terça-feira, 7 de março de 2017

O Benfica negócio

Aqui há dias houve mais uma entrevista do Presidente Vieira à televisão, neste caso do Correio da Manhã. Do Presidente há quem goste (pelo demonstrado nas eleições a clara maioria) e há quem não lhe aprecie o estilo. Quanto a resultados, aparentemente ninguém põe em causa o mérito, isto dentro da razoabilidade de num mercado concorrencial não se ter de ganhar todas as provas disputadas, pelo que o que foi conquistado nuns últimos anos tendo em conta o contexto e o histórico recente é bastante apreciável.

O modo como o Benfica é gerido actualmente é - como de resto tem de ser nesta sociedade moderna em que o romantismo ocupa um lugar igual ao percentual ocupado pelo capítulo de receitas de cotas de sócios - de cariz empresarial em que há receitas, custos, amortizações, dividas, juros em afins. Como de resto foi elogiado pelo ex administrador da SAD do FCPorto Angelino Caldeira, a estratégia que o Benfica tem aparenta ser a mais adequada ao mercado português - periférico, com pouco público (consumidores) e consequentemente com volume de receitas inferior.

Assim sendo, e não tendo argumentos para disputar mercados publicitários e de televisão com outros clubes europeus com os quais tem de (e consegue) competir desportivamente, a fonte de financiamento tem de ser focada nos jogadores. E isto significa tratá-los como bens, adquiri-los a preços baixos e vendê-los a preços altos e com alta rotatividade.

A tendência será os jogadores ficarem cada vez menos tempo no clube para que o seu preço possa pagar a estrutura e a chegada de outros jogadores que lhes ocupem o lugar ou pagar mais a outros para que fiquem mais tempo. Os jogadores mudam e o clube fica (e sustenta-se e prospera).

Posto isto, é justo dizer que os jogadores são o produto da nossa empresa e tal como os sapatos são o produto de alguma outra empresa ou os carros serão o produto de outra, é preciso po-los no mercado e vende-los. E como consegue uma empresa de sapatos vender o seu produto? Hoje, não basta ir a uma loja e esperar que o responsável faça uma encomenda: em empresas de dimensão que não lutem pelo mercado do bairro, tem de exportar, internacionalizar e fazer conhecer o produto lá fora. E por muita boa vontade que se tenha, mostrar os sapatos na televisão não faz o truque. Há milhares de sapatos a aparecerem na televisão - e a Liga dos Campeões tem muitos clubes com muitos jogadores bons como os nossos e até melhores. Agora, se eu conhecer um comercial que tenha boas relações com várias lojas pelo mundo fora, talvez os responsáveis por essas lojas estejam mais propensos a aceitar a sugestão do comercial e a encomendar os sapatos que eu produzo.

Não será justo que eu pague ao comercial o serviço de intermediação? Acho que sim. Para essas coisas é que existem os Jorge Mendes da vida. Ter um Jorge Mendes é um trunfo para o Benfica ganhar dinheiro e será sempre bom tê-lo enquanto valer o preço que cobra. Não é em regime de exclusividade, que nestas coisas é sempre bom não por os ovos todos no mesmo cesto e a concorrência é sempre proveitosa. 

O futebol funciona com dinheiro. A vida funciona com dinheiro. Como disse o Seinfeld, as pessoas não recusam dinheiro - é o que nos separa dos animais. Então, bola para a frente e penálti pró Porto.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Mário Centeno, o conquistador

Mário Centeno é aquele gajo que passou pela boazona na rua. Meteu conversa, deram os números de telemóvel um ao outro e nas mensagens que trocaram ele disse-lhe tudo o que ela queria ouvir a ver se a conseguia comer. Disse-lhe que a amava, que se casaria com ela e a faria a mulher mais feliz do mundo. Ela acreditou e quando deu conta acordou sozinha deitada nua na cama e o Mário já se tinha ido embora. Crente nas mensagens tão amorosas que o Mário lhe enviava foi-se deixando levar (para a cama). O Mário andava todo satisfeito até que a gaja começou a cobrar, a ligar lá para casa, a bater-lhe à porta e a queixar-se aos amigos. O Mário lamentou ter-lhe dado falsas esperanças mas que era muito jovem para assumir um compromisso tão sério e desmentiu as promessas, mas já nem queria saber do assunto porque até já tinha engatado outra.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O Dortmund foi à Luz e perdeu

O Tuchel diz que o resultado foi ridículo. Na opinião de alguns adeptos o Benfica ontem perdeu, tal foi a vergonha da exibição. Aparentemente o Dortmund está na moda e é escandaloso não ganhar os jogos todos mas o estádio na segunda circular ao qual os amarelos foram jogar ontem não foi o de Alvalade. 

O Benfica entrou bem na primeira parte assim como entrou bem na segunda. Se na primeira acabou por ser dominado, não foi uma coisa de nitidez tão absurda e para uma equipa que tem jogadores daquele nível não é de estranhar. Já na segunda, o Dortmund entrou a perder e foi buscar o golo que o Benfica tentou defender. Normal!

O Aubemiyyanng falhou um golo isolado na primeira parte numa jogada corrida - acontece!
O Abemiangyinn falhou um golo isolado na segunda parte - a acumulação é mais estranha mas foi uma bola que lhe foi parar aos pés vinda de um ressalto e em que não é certo que não estivesse adiantado face ao ultimo defesa.
O Aubbemyoong falhou um pénalti - uma terceira oportunidade na cara do guarda redes falhada já é uma aberração estatistica mas, o pénalti não foi para punir uma bola que ia entrar na baliza e que foi cortada com a mão, não foi para derrubar um jogador isolado frente à baliza. Foi um braço que ficou à solta num carrinho para impedir um cruzamento. E nem sequer foi de propósito!
Houve outra que o Ederson sacou num remate fora da área mas...a defesa foi de categoria porque a bola ressaltou num jogador à frente dele.

Resumindo, o Dortmund falhou uma única oportunidade flagrante criada (em que não precisou da tão aclamada sorte que o Benfica teve para resistir ao ataque dos alemães). O resto é o resto.

domingo, 29 de janeiro de 2017

os argelinos que fugiram do aeroporto de Lisboa e o minitério público

Coisas ridículas: desde os atentados do 9/11 a indústria da aviação sofreu muitas mudanças nos costumes de segurança, mas aparentemente essas modernices não chegaram a Portugal. Aqui, é possível não utilizar os corredores de segurança normais, escapulir-se para a pista e sair do aeroporto pulando a rede. O sistema é tão idiota que o ministério público não consegue enquadrar isto num qualquer crime. E a juíza limita-se a seguir o guião e absolver. Ninguém é chamado a prestar contas e está tudo bem, a incompetência vence. O outro dia vi o filme Law Abiding Citizen que aconselho aos responsáveis deste caso - quando as entidades competentes não conseguem promover a justiça, abre espaço aos malucos que a farão pelas próprias mãos. E nestes casos a coisa fica mais grave porque os incumpridores são estrangeiros - ainda há dias houve também o caso dos gémeos iraquianos filhos do embaixador. Depois anda tudo a lamentar-se que o mundo é horrível por os ingleses terem votado no brexit ou o Trump ter ganho as eleições.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Rui Rio, o pirómano que mete água

Rui Rio, que será irremediavelmente o nosso salvador, na tímida campanha que já começou a fazer, propôs criar mais uma sigla daquelas que denominam as várias taxas e impostos a pagar, dando-lhe o ónus de 'pagar os juros da dívida'. Na prática - a prática que é pagar impostos - nada muda, pois a soma dos valores representados por cada uma daquelas siglas será o mesmo. Mas na outra prática - a prática que é empranhar pelos ouvidos (que é a válida para ganhar ou perder eleições) - Rui Rio quer 'mais um' imposto. Essa é a diferença entre ganhar ou perder eleições, é a diferença entre ser Costa e ser Rio. Alguém lhe diga para deixar o orgulho de lado e tentar ganhar eleições. Depois pode voltar a ser sério.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Não perder com o Sporting de qq forma

É estranha a forma como varia a forma dos jogadores. Desculpai a forma como a palavra forma foi repetida na frase anterior daquela forma. Mas a forma da equipa também varia de forma algo estranha. A previsibilidade desses momentos de forma deve poder ser avaliada analisando as estatísticas individuais dos jogadores que se traduziram em momentos de forma da equipa. De forma mais simples eu fiz o meu trabalho de casa e fui ver quando é que o Benfica perdeu duas vezes seguidas em casa: aconteceu em 2008/2009 com o Quique Flores no comando. Não vamos voltar tão atrás. Descansai. No mínimo dos mínimos dá empate.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Representação democrática

É amplamente difundido que a democracia é o melhor sistema político que se conhece . Não o perfeito, mas o melhor - caramba, os EUA querem espalha-la pelo mundo. No entanto, a ideia do "um homem, um voto" ou "cada voto vale o mesmo"que suporta a teoria não passa de uma campanha de marketing que popularizou o sistema. E é absolutamente mentira. 

Tem sido noticiado que nas ultimas eleições americanas a candidata que perdeu as eleições teve mais 2 milhões de votos que o vencedor. Já há uns anos atrás, Bush também havia sido eleito com menos votos que o perdedor. E isso é possível nos EUA e, embora muito mais dificilmente também seria possível em Portugal (e não estou a falar da geringonça). Isto acontece porque o sistema implantado não é directo. Por exemplo em Portugal, o sistema directo é o que elege o Presidente da República. 

Quando é para eleger o governo, estamos a votar em Deputados que representam a vontade de um circulo eleitoral - uma região. O que leva a questionar como se calcula o número de deputados que cada circulo eleitoral tem direito a eleger, o que, no caso português só pode estar obsoleto porque em teoria tem a ver com a população de cada região, coisa que não tem sido actualizada se é que alguma vez já o foi. 

Chegados aqui, cada circulo eleitoral tendo direito a eleger um determinado número de deputados, essa selecção é feita utilizando o método de Hondt, que vai atribuindo a cada partido os deputados correspondentes. Vamos imaginar, num caso extremo, que um determinado circulo eleitoral tem direito a eleger apenas 1 deputado. Se o partido X tiver 5 milhões de votos e o partido Y tiver 4,9 milhões, o deputado eleito é o do partido X - e 4,9 milhões de votos iriam para o lixo. 

Para comparar o sistema português com o americano simplesmente, é imaginar que dentro de cada circulo eleitoral, não existe distribuição por método de Hondt. Por exemplo, a Guarda elege 4 deputados - se o PS tivesse 1000 votos, o PSD tivesse 999 o CDS tivesse 5, o BE 4 e a CDU 3, não existindo distribuição por método de Hondt os 4 deputados eleitos seriam todos do PS. Pelo método de Hondt iriam 2 para o PS e 2 para o PSD.

Podemos constatar assim que quando existem vários círculos eleitorais - regiões ou estados, uma distribuição pelo método de Hondt é, embora não fiel, uma representação mais aproximada da vontade dos eleitores. Eu não sei nem me apeteceu procurar porque é que os EUA têm esse sistema mas imagino que por se tratarem de Estados lhe dá uma maior legitimidade. 

A questão que se coloca na minha cabeça é, sendo Portugal do tamanho de um Estado Americano, qual a necessidade de estar repartido em vários círculos eleitorais em vez de ter uma lista única. O sistema Português está assente numa premissa que nunca existiu realmente, que é a tão famosa Regionalização. Não existindo Regionalização, não parece fazer sentido ter círculos eleitorais. Está visto que dividindo cada vez mais o país em vários círculos eleitorais, os pequenos partidos são eliminados mais facilmente, só elegendo deputados em círculos eleitorais com muitos deputados. Existindo lista única nacional, estes seriam os principais beneficiados. 

Talvez por isso as coisas na América se façam apenas com 2 partidos - porque não há espaço para os mais pequenos e há menos possibilidades para ajuntamentos pós eleições do tipo geringonça, já que essas alianças são feitas antes das eleições. 




sexta-feira, 28 de outubro de 2016

a peste grisalha, o crime e a indemnização

 PESTE GRISALHA

(Carta aberta a deputado do PSD)

Exmo. sr.

António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto

Por tardio não peca.

Eu sou um trazedor da peste grisalha cuja endemia o seu partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros “valorosos” meios ao seu alcance, todavia algo tenho para lhe dizer.

A dimensão do nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente, composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português. (burro - sem inteligência)

Face às clavas da revolta que me flagelam, era motivo para isso, no entanto, vou fazer o possível para não atingir o cume da parvoíce que foi suplantado por si, como deputado do PSD e afecto à governação, sr. Carlos Peixoto, quando ao defecar que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”, se esqueceu do papel higiénico para limpar o estoma e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência. (parvo que fala merda)

A figura triste que fez, cuja imbecilidade latente o forçou à encenação de uma triste figura, certamente que para além de pouca educação e civismo que demonstrou, deve ter ciliciado bem as partes mais sensíveis de muitos portugueses, inclusivamente aqueles que deram origem à sua existência – se é que os conhece. Já me apraz pensar, caro sr., que também haja granjeado, porém à custa da peste grisalha, um oco canudo, segundo os cânones do método bolonhês. Só pode ter sido isso. (triste imbecil e mal educado)

Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os “intelectuais” que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente. (dromedário)

É por isso que este país anda em crónica claudicação e por este andar, não tarda muito, ficará entrevado.

Sabe sr. Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preze está em posição cimeira, deve pensar, medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, – segundo a capacidade genética e intelectual de cada um – que vai bolçar cá para fora. É que, milhares pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio, à peste grisalha. Pode estar errado, mas está no seu direito… ainda que torto. (porco - bolça grunhidos)

Pela parte que me toca, essa maleita não o deve molestar muito, porque já sou portador de uma tonsura bastante avantajada, no entanto, para que o sr. não venha a sofrer dessa moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas iguais ou de carácter mais acintoso do que aquelas que preteritamente narrou como um “grande”, porém falhado “artista”. (narra bacoradas)

E mais devo dizer-lhe: quando num cesto de maçãs uma está podre, essa deve ser banida, quando não, infecta as restantes; se isso não suceder, creio que o partido de que faz parte, o PSD, irá por certo sofrer graves consequências decorrentes da peste grisalha na época da colheita eleitoral. Pode contar comigo para a poda.(maçã podre)

Atentamente.

António Figueiredo e Silva

Coimbra, 28/04/2013


Compreende-se que a linha que separa a liberdade de expressão do crime deve ser coisa difícil de definir de forma bem vincada. Já a que separa a estupidez da urbanidade é relativamente mais clara. Quando a defesa a uma opinião é feita atacando o sujeito que a produz em vez da opinião em si, foge-se dos limites da civilidade. Isto só para dizer que um gajo deve ter o direito a ser estúpido livremente.
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