sexta-feira, 20 de maio de 2011

A hora do adeus

Pois é meus caros tudo o que bom ou mão dependendo do lado da barricada em que se estiver chega ao fim não vale a pena andarmos a remoer mais os desvarios e loucuras dessa louca feita musa pela música do Marco Paulo. Evidente que um dia a gente se cansa de ver a "lady" na mesa e a "louca" na cama. Por muito boa que ela seja já não faz os mesmos golpes de rins e não demora a disparar para vários culpados a falta de disponibilidade.

Chegou dia de dizer basta a esses tiranitos com pele de cordeiro mas lobos no cerne!

Esta mensagem serve para vários desses que povoam o país está na hora de dar o lugar a outros não é porque os novos é que são o sangue da nação mas porque o comodismo não pode imperar.

Coisas que se passam com o andar dos anos no seu carro como por exemplo que cada vez mais tem o formato do seu rabo no banco e moendo a esponja e chegado ao ferro você diz basta quero um carro novo! De repente tudo aquilo que tu gostavas como o facto de ele não pegar de manha à 1 vez e que dizias fingindo que até gostavas aquele chiar da porta traseira!

Um dia chega a hora de Dizer Adeus... adeus tristeza

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Todos os patinhos sabem bem nadar



O Porto ganhou, Benfica perdeu. Mais uma vez. Em 5 jogos, 4 derrotas. Isto só nesta época. Olhando para trás, desde a segunda metade da década de 90 que eles ganham mais do que nós.

A época passada era suposto ser a de viragem. O Benfica ganhava e jogava bem. Corria mais do que os outros, era temido e respeitado. Os adversários tinham medo, os adeptos apoiavam a equipa enchendo todos os estádios. E foi campeão. Limpinho. Como nunca o Porto o foi, pelo menos desde a tal segunda metade dos anos 90.

Esta época começou e destruiu-se tudo o que se tinha conquistado na época anterior. Eles continuam sem conseguir ganhar limpinho, mas ganham. E nós não. Porque nos pomos a jeito – ora vejamos:

1- Tudo começou no final da época anterior com a novela Jesus - Pinto da Costa. O treinador acabado de ser campeão julgava-se mal pago. E fez o jogo dele – colou-se a Pinto da Costa, criou-se a ilusão de que o homem que pôs o Benfica a jogar tão bem e a ganhar se mudasse para o Porto. Uma espécie de chantagem. E conseguiu levar a sua avante. Jesus ganhou, o Benfica perdeu, Pinto da Costa por enquanto ainda não ganhou nada.

2- Logo a seguir veio a Supertaça. O Benfica era favorito, e isso subiu à cabeça dos jogadores, mas mais preocupante, subiu à cabeça do treinador. Ganhou o campeonato daquela maneira (nós esquecemos a taça de Portugal e a Liga Europa) e um salário melhor. Era o ano da mudança e tinha tudo para correr bem. Ganhar ao Porto aquele jogo era um check mate às ambições deles. Estavam no buraco e podíamos tapá-lo. Mas não. O Porto ganhou e, pior do que isso, ganhou bem. Mereceu. A sobranceria de Jesus, e não só, fez-nos perder um jogo que era fácil de ganhar. Mas perdemos, o que foi determinante para a entrada no campeonato a seguir. O Porto ganhou, e o Benfica perdeu. Duas derrotas e ainda nem começou o campeonato.

3- Aquela Supertaça ganha pelo Porto ao Benfica foi fundamental para o Porto. Era a prova necessária para desculpabilizar tudo o resto. O Benfica perde logo no inicio do campeonato pontos de forma ridícula, sempre prejudicado pela arbitragem, enquanto o Porto seguia a ganhar, beneficiando sempre dos erros da arbitragem. Situação que foi camuflada pelo facto de o Porto ter ganho aquela Supertaça de forma tão fácil e merecida. Assim se construiu um avanço pontual praticamente inalcançável. O Benfica ainda tentou emendar a mão, com as medidas que se seguiram ao jogo de Guimaraes, mas já não havia muito a fazer – too late, suckers!

4- Depois do jogo de Guimarães o Benfica começa a ganhar mas é cilindrado no Porto. Jesus inventa, enfia-se no bolso do Villas Boas e o Benfica sai humilhado. Campeonato estava quase ganho para o Porto e o Benfica passou a não interessar nas contas. Resultado: uma grande série de vitórias do Benfica. Voltou o Benfica da época passada. Ganha e joga bem. Entretanto, faz uma liga dos campeões miserável, e é apurado para a Liga Europa por um golo nos últimos minutos de uma equipa noutro jogo. A prestação na Liga dos Campeões acaba por ser mais um álibi para o que virá a seguir.

5- O Benfica não despega, ganha jogos atrás de jogos e o Porto começa a ter cada vez mais dificuldade em ganhar os seus jogos sem ajuda da arbitragem. O Porto estava a entrar numa serie difícil de jogos europeus. O Benfica já tinha sido humilhado no Dragão e na Liga dos Campeões e ia jogar a Braga, clube amigo do Porto. Estavam reunidas as condições necessárias para a estucada final. E Oléééééé!!! O Benfica foi abatido.

6- Taça de Portugal. O Benfica vai ganhar a casa do Porto 2-0. Resolvia-se a eliminatória no Estádio da Luz. Tal e qual como a supertaça, já ca canta. Sobranceria, erros tácticos de Jesus e adeus. O segundo golo do Porto é irregular, e fica um jogador do Porto por expulsar enquanto a eliminatória ainda não estava decida – Ninguem vai falar disso. O que vai contar foi a justificação inicial, sobranceria e erros tácticos. E depois o 3-1 para o Benfica vem de um penalti inexistente. Já estava 3-0. No final vai-se dizer que o arbitro errou para os dois lados prejudicando igualmente os dois clubes. Ridiculo.

E esta época foi isto. O Porto controla as coisas extra futebol melhor do que o Benfica. Já vem de trás, e pode-se ouvir no youtube. Não há equipa de arbitragem que não dê uma mãozinha quando é necessário. Eles fazem batota e ganham. Mas porra, nós pomo-nos a jeito. Ora somos sobranceiros ora somos incompetentes no futebol jogado. Eles também, mas eles resolvem esse problema da maneira que sabemos.

O Benfica já mostrou, e a época passada foi exemplo disso, que com humildade e competência ultrapassamos aquelas ilegalidades todas e ganhamos nós. Temos é de ser humildes e competentes mesmo depois das vitórias. Se não vamos andar sempre assim, de cabeça para baixo e rabinho para o ar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Bit of friendly advice, Portugal

Sunday March 27 2011 Dear Portugal, this is Ireland here. I know we don't know each other very well, though I hear some of our developers are down with you riding out the recession.

They could be there for a while. Anyway, I don't mean to intrude but I've been reading about you in the papers and it strikes me that I might be able to offer you a bit of advice on where you are at and what lies ahead. As the joke now goes, what's the difference between Portugal and Ireland? Five letters and six months.

Anyway, I notice now that you are under pressure to accept a bailout but your politicians are claiming to be determined not to take it. It will, they say, be over their dead bodies. In my experience that means you'll be getting a bailout soon, probably on a Sunday. First let me give you a tip on the nuances of the English language. Given that English is your second language, you may think that the words 'bailout' and 'aid' imply that you will be getting help from our European brethren to get you out of your current difficulties. English is our first language and that's what we thought bailout and aid meant. Allow me to warn you, not only will this bailout, when it is inevit-ably forced on you, not get you out of your current troubles, it will actually prolong your troubles for generations to come.

For this you will be expected to be grateful. If you want to look up the proper Portuguese for bailout, I would suggest you get your English-Portuguese dictionary and look up words like: moneylending, usury, subprime mortgage, rip-off. This will give you a more accurate translation of what will be happening you.

I see also that you are going to change your government in the next couple of months. You will forgive me that I allowed myself a little smile about that. By all means do put a fresh coat of paint over the subsidence cracks in your economy. And by all means enjoy the smell of fresh paint for a while.

We got ourselves a new Government too and it is a nice diversion for a few weeks. What you will find is that the new government will come in amidst a slight euphoria from the people. The new government will have made all kinds of promises during the election campaign about burning bondholders and whatnot and the EU will smile benignly on while all that loose talk goes on.

Then, when your government gets in, they will initially go out to Europe and throw some shapes. You might even win a few sports games against your old enemy, whoever that is, and you may attract visits from foreign dignitaries like the Pope and that. There will be a real feel-good vibe in the air as everyone takes refuge in a bit of delusion for a while.

And enjoy all that while you can, Portugal. Because reality will be waiting to intrude again when all the fun dies down. The upside of it all is that the price of a game of golf has become very competitive here. Hopefully the same happens down there and we look forward to seeing you then.

Love, Ireland.

Sunday Independent

sábado, 5 de fevereiro de 2011

E o Liedson bateu com a porta?!

Pois é pessoal já há muito que não esgravatada nada cá no sítio que deixou de ser o do costume pra ser como outro qualquer ou apenas o de algumas vezes e não o de todos os dias.

Mas volto não só para fazer pouco do Sórtingue mas também da faixa que estava ontem no estádio. Que é aquilo "Liedson Resolve e ... virar a cara à luta"? Então mas o Sórtingue essa malta de muito fina estirpe resolveu agora dar a cara pelos movimentos sindicais e aliar-se aos Homens da Luta. Já estava a imaginar JEB e Dias Ferreira cantarolando "Luta Luta camarada luta...".




Que tamanha ingratidão para quem à conta dele viveu ao longo de anos. Verdade também seja dita que na minha opinião e já comentei isto é também "culpa dele" esta tamanha seca por parte Sórtingue. Os Sórtinguuistas tal como uma gajo apaixonado não conseguem ver os defeitos do bichinho de estimação.




Mas pronto vejam o lado positivo da coisa nunca mais marca golos ao Maior(tal como para Jesus Maior também é com letra grande).

Deixo-vos com amizade até daqui a 15 meses e 22 dias com uma pergunta: Será que vamos ver no Liedson o mesmo que vimos do último goleador do Sórtingue AKA Jardel um arranstanço pelos campos de futebol?!!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Benfica vs sporttv


O Benfica já está de costas viradas à sportv há já muito tempo. De costas viradas e rabinho para o ar. Está na altura é de ir buscar o saca-rolhas...

tempo de antena - poleiro 2011 -4





A Todos Os Portugueses

Nestes últimos trinta anos, o continente português tem apoiado e suportado financeiramente a Madeira. Seria agora uma enorme ingratidão deixá-lo sozinho, nas mãos de um Cavaco Silva, de um Manuel Alegre, ou de qualquer outro candidato do sistema. Nesta hora dramática para a nação, o povo português necessita, mais do que nunca, de um José Manuel Coelho, que o salve dos agiotas, dos trafulhas e dos desencantos de uma democracia postiça, há anos e anos refém dos grandes interesses instalados.
Estou aqui, caros concidadãos, não para prometer resgatar o ouro do Brasil, mas apenas para, sem medos ou hesitações, denunciar e apontar o dedo aos seus salteadores.

José Manuel Coelho

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

tempo de antena - poleiro 2011 -3





A Todos Os Portugueses

Não me revejo nos candidatos anunciados, porque apesar de apresentarem cores e hábitos divergentes, são todos eles peixes das mesmas águas, dos mesmos fundos, das mesmas correntes subterrâneas, todos eles filhos deste sistema corrupto, que enferma Portugal.
A minha candidatura não é uma pedrada no charco, a minha candidatura é uma avalanche neste enorme pantanal, em que se transformou Portugal.
O meu objectivo não é drená-lo, porque, além de trabalho inglório, essa seria a mais pura das demagogias.
O meu objectivo é apontar e denunciar: - Olhem, junto àqueles juncos, está um corrupto! – Olhem, debaixo daquele nenúfar, esconde-se um juiz vendido do Tribunal da Relação! – Olhem, perto daquele tronco meio apodrecido, está um político-batráquio que ganha 60 mil euros por mês e acumula reforma e ordenado!

José Manuel Coelho

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

tempo de antena - poleiro 2011 -2



A Todos Os Portugueses

Têm que se libertar urgentemente deste regime caduco, oligárquico e corporativista, no qual o mérito e o valor são vistos, não como qualidades, mas como ameaças à incompetência nacional, que tomou de assalto os mais altos cargos desta martirizada nação.
Ouvindo o apelo da pátria agonizante e correndo, embora, o risco do apoio de Alberto João, que sempre defendeu a ascensão de madeirenses aos altos cargos da nação, venho eu, José Manuel Coelho, pintor de construção civil, jornalista, deputado e revolucionário, candidatar-me à Presidência da República Portuguesa.

José Manuel Coelho

domingo, 16 de janeiro de 2011

tempo de antena - poleiro 2011 -1





A Todos Os Portugueses

Neste país de rastos, entregue à mais descarada corrupção, onde os políticos, na sua maioria, trabalham unicamente para obterem ricos tachos e viverem à grande e à francesa, acantonados no Orçamento de Estado, sugando a alma e o tutano deste povo, que outrora foi capaz de grandes feitos;
neste país onde a justiça, subordinada a compadrios e esquemas, condena aqueles que denunciam os ladrões, mas absolve descaradamente a ladroagem de fato e gravata;
neste país atordoado e à mercê de medíocres com pouca ou nenhuma vergonha;
é hora dos portugueses tomarem uma posição.

José Manuel Coelho

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

jogar a bola

Garrincha - Ainda hoje se desconhece quantos filhos teve. São atribuídos 24, a maior parte deles nada têm a ver com as duas mulheres com quem se casou. No dia em que se sagrou campeão mundial pela primeira vez, em 1958, na Suécia, o extremo brasileiro estava a dançar com uma sueca pouco feminina. Os seus amigos chamaram-lhe a atenção para o facto e ele respondeu: "Ela não é mulher? Tudo bem, eu também lhe menti. Disse que era o Pelé." via ionline

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

amor com amor se paga

Brilhante a estratégia do Pitt para dar uma lição ao Depp. Agora o gajo já não pode pôr as mãos na Jolie como tem feito ultimamente.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

or something like that

na sic notícias...

Paulo Garcia: Pinto da Costa veio dizer que não fala mais dos árbitros

Rui Gomes da Silva: Eu gostava era que ele dissesse que não falava mais COM os árbitros!!

Muito Bem

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ai sim?


Então vou já a correr votar neste candidato, a ver se tira de lá o outro, que lá está agora, e cuja candidatura era uma coisa do passado e nos deixou chegar onde estamos agora. Triste!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Por uma Victoria melhor

Em 2011 quero ver a Victoria novamente no estádio da Luz, por isso, na passagem de ano, vou gastar os meus doze desejos a comer passas a pedir que o Rui Costa vá contratar o Beckham!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

agora que 2010 está a acabar

‎"2010 a acabar... agora poderei contar aos meus filhos e netos que sobrevivi à grande escassez de açúcar de 2010 que assolou o país inteiro..." by rapaz que não tem nada pra fazer

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

jornalista - a arte de adivinhar

a versão do record...conselhos a David Luiz


a minha versão com o mesmo nivel de certeza da versão do record




sexta-feira, 12 de novembro de 2010

criaturas estranhas

Antes de mais, carregar no play para pôr a música ambiente.




Agora as coisas assustadoras:

1

2

3




Restos de Chernobil??

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

paradeiros

sítio onde se enfiou Jorge Jesus esta noite:



sítio onde se deve enfiar Jorge Jesus o resto da semana:

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

letra

Tenho grande admiração pelo Rui Veloso. Lembro-me que a primeira música que gostei foi a não há estrelas no céu, do mingos e samurais. Recebi essa cassete e o walkman num aniversário qualquer. Mas acima de tudo, o Rui Veloso, e aqui é que está o busílis, fez mais pela lingua portuguesa do que qualquer acordo ortográfico. Ele consegui pôr os portugueses a dizerem a palavra "pardacento", que eu na minha ignorancia até julgava que era "parnacento". Apesar das pessoas só utilizarem essa palavra (ou outra parecida) a cantarem o porto sentido, é de louvar a audácia do homem, e do Carlos Tê, que deve ter inventado a letra.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

desmistificando o palavrão


Isto foi visto em primeiro lugar no facebook daquele rapaz que todos sabem e que não tem mais nada pra fazer.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

a homenagem aos mineiros


Oh come all you young fellers so young and so fine
Seek not your fortune in a dark dreary mine
It'll form as a habit and seep in your soul
Till the stream of your blood runs as black as the coal

Where it's dark as a dungeon and damp as the dew
Where the danger is double and pleasures are few
Where the rain never falls the sun never shines
It's a dark as a dungeon way down in the mine

Well it's many a man that I've seen in my day
Who lived just to labor his whole life away
Like a fiend with his dope and a drunkard his wine
A man will have lust for the lure of the mine

And pray when I'm dead and my ages shall roll
That my body would blacken and turn into coal
Then I'll look from the door of my heavenly home
and pity the miner digging my bones

"deviam era fazer como se faz prós grilos...deitavam um bocado de água pró buraco e iam a ver se os gajos não saíam todos a correr cá pra fora"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

o senhor prior 4

"Vivemos para a fachada. Se o Bordalo pinheiro fosse vivo, neste momento a fotografia do país seria uma barraca dum bairro de lata com um submarino estacionado à porta. Nós somos o povo do pessoal das barracas com uma antena parabólica no teto."

Frei Fernando Ventura

terça-feira, 12 de outubro de 2010

o senhor prior 3

"Temos demasiados denunciadores e não temos anunciadores, e os anunciadores que temos, metem, quer falem português quer falem estrangeiro. Esta vergonha do nosso primeiro-ministro no fim-de-semana em falar línguas lá fora. Ele tem de falar é português – é um desastre. Nós mandamo-lo limpinho com o mesmo fato dos senhores do poder em Angola, e depois põe-se a falar daquele jeito – passamos imagens terríveis. "

Frei Fernando Ventura

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

o senhor prior 2

"Uma cultura que é muito nossa, é o podia ser pior: vai alguém pela estrada fora cai-lhe um piano em cima fica esmagado – coitadinho, era o destino (temos esta faceta do fado), era o destino mas podia ser pior, podia ter ficado aleijadinho para toda a vida. A mesma circunstância, o piano cai em cima da mesma criatura, fica aleijadinho para toda a vida – podia ser pior, podia ter morrido."

Frei Fernando Ventura

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

o mais lento a ir buscar a morte


Certo dia estava Fidel Castro, na varanda do seu palácio em Cuba com vista para o mar a beber um copinho de whisky e a fumar o belo charuto com um grupo de estudiosos da vida marinha que ali se haviam reunido depois de uma expedição. Entretanto veêm ao longe na praia o aparecimento de uma tartaruga que lhes é trazida para o palácio. Um dos, provavelmente, biólogos marinhos que ali se encontravam dirige-se ao Lider Cubano e diz-lhe:

- Estes animais podem viver uns bons 200 anos.

Ao que responde o, já na altura, velho Fidel:

- Pois esse é o problema dos bichinhos. Uma pessoa afeiçoa-se a eles e depois ainda passamos pela tristeza de os ver morrer.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

o país


Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:


- É sempre assim, esta auto-estrada?
- Assim, como?
- Deserta, magnífica, sem trânsito?
- É, é sempre assim.
- Todos os dias?
- Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
- Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
- Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
- E têm mais auto-estradas destas?
- Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. - respondi, rindo-me.
- E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
- Porque assim não pagam portagem.
- E porque são quase todos espanhóis?
- Vêm trazer-nos comida.
- Mas vocês não têm agricultura?
- Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
- Mas para os espanhóis é?
- Pelos vistos...

Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
- Mas porque não investem antes no comboio?
- Investimos, mas não resultou.
- Não resultou, como?
- Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
- Mas porquê?
- Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
- E gastaram nisso uma fortuna?
- Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
- Estás a brincar comigo!
- Não, estou a falar a sério!
- E o que fizeram a esses incompetentes?
- Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
- Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
- Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km .
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
- Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
- Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
- Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
- Isso mesmo.
- E como entra em Lisboa?
- Por uma nova ponte que vão fazer.
- Uma ponte ferroviária?
- E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
- Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
- Pois é.
- E, então?
- Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
- E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
- Não, não vai ter.
- Não vai? Então, vai ser uma ruína!
- Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína - aliás, já admitida pelo Governo - porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
- E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
- Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
- E vocês não despedem o Governo?
- Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
- Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
- Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
- O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
- A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
- Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
- É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.

Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
- E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
- O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
- Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
- É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
- Não me pareceu nada...
- Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
- Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
- Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
- E tu acreditas nisso?
- Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
- Um lago enorme! Extraordinário!
- Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
- Ena! Deve produzir energia para meio país!
- Praticamente zero.
- A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
- A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
- Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar - ou nem isso?
- Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
- Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
- Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
- Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
- Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.

Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
- Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!

Miguel Sousa Tavares

terça-feira, 21 de setembro de 2010

o piercing

a notícia:
Coimbra

Professor de ginástica proibido de usar 'piercing' recorre a tribunal

19 Setembro 2010

Docente foi impedido de entrar no centro educativo por não retirar brinco. Sindicato denuncia discriminação "ilegal"

Um professor de Educação Física de 31 anos do Centro Educativo dos Olivais, em Coimbra, foi impedido de usar piercings nas aulas pela direcção do estabelecimento da Direcção-Geral de Reinserção Social. Agora vai recorrer para tribunal para contestar a decisão.

Fonte do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC) disse à Lusa que o docente "está a ser acompanhado pelos serviços jurídicos" da organização sindical com sede em Coimbra.

"Tudo indica que há aqui um acto de discriminação ilegal e absurda", adiantou o sindicalista João Louceiro, coordenador da direcção distrital de Coimbra do SPRC.

O professor usa diariamente numa orelha "uma pequena argola e mais dois adornos de tamanho reduzido", tendo sido intimado pela directora do centro educativo, Ângela Portugal, para remover as peças durante as actividades escolares. A Lusa apurou que a direcção ter-se-á baseado no regulamento interno da instituição dos Olivais, que proíbe aos jovens ali acolhidos o uso de piercings, regra que entendeu dever aplicar também aos docentes, apoiada nas orientações da Direcção-Geral.

O professor, que se recusa a falar do assunto, comunicou de início à directora que não pretendia retirar os piercings, justificando que usa estes brincos por causa de "uma promessa pessoal feita há dois anos".

Na segunda-feira, ao apresentar-se no centro educativo para dar aulas, foi-lhe reiterado na portaria que não poderia entrar nas instalações escolares com os adornos, devendo ali aguardar por Ângela Portugal, que de imediato lhe confirmou a decisão tomada na semana passada.

O professor conversou com a direcção do Agrupamento de Escolas Martins de Freitas, a que pertence, e ainda faltou dois dias às aulas. Aconselhado pelos serviços jurídicos do SPRC, acabou por retirar os piercings e regressou na quinta-feira ao centro educativo, onde foi apresentado às turmas.

João Louceiro admitiu que a ordem da directora para que o professor, ali colocado mas adstrito ao Agrupamento Martins de Freitas, "até poderia ter justificação se fosse por motivos de segurança". "Mas tudo indica que não é isso que está em causa."

Um advogado do SPRC está agora a preparar uma contestação ao cato da instituição. A Lusa tentou obter uma reacção da directora do centro educativo. in diário de notícias

a opinião:

O CENTRO EDUCATIVO dos Olivais, em Coimbra, achou, porque trabalha com miúdos difíceis, em "reinserção social", que os piercings não deviam ser autorizados aos alunos. Certo? Errado? Podemos passar horas a discutir a eficiência da medida mas temos de admitir que, sendo o piercing um sinal, pode ser considerado negativo.

É legítimo pôr-se como hipótese que o seu uso transmite uma identificação que os educadores daquele centro querem afastar dos seus alunos. Em tempos da semiótica rainha, em tempos em que as marcas e a imagem são tudo, é prudente dar-se atenção aos sinais. O Centro Educativo dos Olivais deu atenção àquele, o piercing, proibindo-o. Errado? Certo? Por enquanto, regulamento e para ser aplicado. E só devendo ser modificado em função do entendimento do que é melhor para os alunos. Sublinhem essa palavra, alunos, a razão de ser daquele centro.

Mas intrometeu-se nesta história um professor que tem três piercings e foi proibido de os usar na escola. Sei que é de Educação Física e que, indo por aí, eu explicaria mais facilmente a minha tese de que ele não pode usar os piercings por ser perigoso no ginásio. Mas tenho um argumento melhor e definitivo para que um professor com piercings não possa ser professor num Centro Educativo onde o regulamento proíbe os piercings aos miúdos em reinserção social. O argumento é: porque sim.
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«DN» de 21 Set 10, por Ferreira Fernandes


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

o aluno mais esperto

"A história é revelada este sábado pelo Expresso e começa como a de muitos jovens. Tomás começou a ter dificuldades em terminar o ensino secundário. Por muito que tentasse não conseguia fazer a disciplina de matemática e os vários chumbos fizeram com que desistisse da escola sem acabar o liceu.

No ano passado, conseguiu arranjar uma solução. Inscreveu-se num Centro de Novas Oportunidades em Esposende, frequentou os módulos de Saberes Fundamentais e Gestão e conseguiu a equivalência ao 12.º ano.

Agora entrou na Universidade de Aveiro, no curso de Tradução, e, de acordo com as listas do Ministério do Ensino Superior, é o aluno com a nota mais elevada de entrada.

Os 20 valores que colocam Tomás no topo da lista das melhores notas de entrada na faculdade não têm em conta as notas do secundário, que Tomás não terminou. Foram a nota que teve no exame nacional de inglês, a prova específica para entrar no curso de Tradução.

De acordo com a lei, os alunos que concluíram o secundário através de vias que não prevêem a atribuição de notas (o que acontece nos cursos do programa Novas Oportunidades) e que querem aceder à Universidade concorrem apenas com as classificações que obtêm nos exames nacionais exigidos como provas de ingresso no curso que querem. A nota que obtiverem nas provas de ingresso vale como nota de conclusão do secundário.

A situação é, por isso, permitida por lei. Mas Tomás sente que beneficiou de uma injustiça. «Para mim, foi óptimo, Mas é claro que é bastante injusto porque os outros passam anos a esforçar-se para terem boas médias.
Com o Novas Oportunidades, uma pessoa que só tem o 7.º ano pode fazer o 9.º em seis meses e a seguir, em ano e meio, consegue tirar o 12.º. Se tiver sorte, pode passar à frente [no acesso à universidade] e tirar o lugar às pessoas que fizeram esse esforço.
Conheço quem tenha entrado assim no ensino superior», admite Tomás em declarações ao Expresso."

sábado, 18 de setembro de 2010

ideias

Sou completamente CONTRA a expulsão dos ciganos em França!

Porque eles acabarão por vir cá parar todos. ideia tirada daqui

domingo, 12 de setembro de 2010

entretanto, no Japão...

O País dos falsos centenários

O JAPÃO
desilude com o seu sistema de contar velhinhos.

No princípio de Agosto, o país conhecido por ser recordista de centenários descobriu que um era falso: Sogen Kato, que deveria ter 111 anos, e a quem a Segurança Social pagava mensalmente a reforma, afinal já tinha morrido há 32 anos (nem octogenário era!) - a família guardava o corpo mumificado lá em casa.

Outros poriam uma pedra tumular sobre o assunto, mas os japoneses são rectos: tal como Toyota recolheu milhares de carros por defeito nos travões, os registos nipónicos puseram-se à procura de provas de vida dos seus cidadãos de modelo mais antigo.

Olhem, também a mulher mais velha de Tóquio, de 113 anos, não era vista desde 1986... Além de muitos é como se os centenários nipónicos fossem adolescentes fugitivos.

A meio de Agosto, as autoridades apresentaram uma estimativa tremenda: haveria 200 japoneses centenários por encontrar! Anteontem, as mesmas fontes apuraram o número real (por favor, sentem-se): afinal, são 234 354 os japoneses com mais de cem anos de quem não se sabe o paradeiro. Segundo os números oficiais, haveria mais de 77 mil japoneses com mais de 120 anos e 884 com mais de 150!

Já percebemos, os centenários japoneses ganharam fama graças a um sistema deficiente de dar baixa dos cidadãos. Nada como notícias destas para dar cabo de uma frase típica lusa: "Isto, só neste país..."
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«DN» de 12 Set 10
Por Ferreira Fernandes
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